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Evento em alusão à semana da consciência negra tem formatura de novos líderes e debates sobre políticas de equidade racial

Universitários negros e negras que participaram de treinamento oferecido gratuitamente pelo MPT Campinas receberam certificação internacional em liderança; palestrante referência em diversidade e equidade no mundo corporativo falou sobre ESG

Campinas (SP) - O Ministério Público do Trabalho (MPT) realizou na manhã dessa quarta-feira (23/11), um evento em alusão à Semana da Consciência Negra, que aconteceu presencialmente no auditório de sua sede, em Campinas (SP), e também virtualmente, no canal do YouTube da TVMPT. A iniciativa integra o projeto “Inclusão Social de Jovens Negras e Negros no Mercado de Trabalho”, realizado em âmbito nacional pela Coordenadoria Nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade), do MPT.

O evento contou com a presença do procurador-chefe do MPT na 15ª Região, Dimas Moreira da Silva, da coordenadora da Coordigualdade na 15ª Região, Danielle Olivares Corrêa, do coordenador de Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura de Campinas, Sérgio Max Almeida Prado, do vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Subseção Campinas, Paulo César da Silva Braga, e da diretora da Mastermind Treinamentos, Mariana Magri, dentre outros convidados.

Na oportunidade foi realizada a cerimônia de formatura dos participantes do Treinamento LINCE, um curso gratuito que foi oferecido pelo MPT, em parceria com a Mastermind Treinamentos, a universitários negros e negras, com foco em liderança, inteligência interpessoal e comunicação eficaz, realizado ao longo do segundo semestre desse ano.

Cada um dos 12 participantes recebeu sua certificação, com validade internacional, e fez apresentações individuais, mostrando metas pessoais de crescimento e o quanto desenvolveram seu trabalho e suas capacidades de liderança ao longo da formação.

“Este projeto começou em 2020 como um sonho que abraçamos juntos. Para nossa alegria, dentro de sala de aula aconteceu uma grande transformação. Estamos falando de pessoas. Aquilo que nos une e nos torna brasileiros é a nossa história, da qual todos participam e têm responsabilidade. A mensagem que queremos passar para os formandos é que ocupem os seus espaços, exerçam a sua liderança, tenham sonhos e façam acontecer. Essa é a conquista de vocês”, afirmou Mariana Magri, da Mastermind Treinamentos.

A iniciativa do MPT no oferecimento da formação gratuita a universitários negros e negras representa uma ação afirmativa que contribui para mudar a realidade do Brasil e a desigualdade social existente no país, que foi demonstrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na pesquisa divulgada em novembro deste ano, intitulada “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil”.

A pesquisa revelou que as pessoas brancas têm um rendimento mensal quase duas vezes maior do que as negras. No ano passado, enquanto a média salarial foi de R$ 3.099 para brancos, pretos recebiam, em média, R$ 1.764, e pardos R$ 1.810. Com ensino superior completo ou mais, as pessoas brancas ganharam, em média, 50% a mais do que as de cor ou raça preta e cerca de 40% a mais do que as pardas.

O IBGE também apresentou um balanço do mercado de trabalho em 2021. No quesito desemprego, as pessoas brancas representaram 11,3% dos desocupados, enquanto pretos, 16,5%, e pardos, 16,2%. Em relação à informalidade, 32,7% dos ocupados brancos estavam em cargos informais, enquanto esse índice era de 43,4% entre pretos e 47% entre pardos. A pesquisa também indica uma disparidade no quesito de cargos ocupados. A população ocupada preta ou parda, apesar de estimada como maioria em 2021, 53,8%, estava presente apenas em 29,5% dos cargos gerenciais ocupados em 2021. Já a população ocupada branca, 45,2% do total, estava presente em 69,0% desses cargos. Quanto mais elevado o rendimento, menor foi a proporção de pretos e pardos nas funções de gestão. No maior rendimento, somente 14,6% eram ocupados por pretos e pardos, enquanto 84,4% por brancos.

Para Danielle Olivares Corrêa, a semana alusiva à consciência negra é “uma semana de reflexão sobre as desigualdades existentes no nosso país”, e que a inclusão racial no mercado de trabalho depende de um esforço social conjunto. “Essa é uma situação extremamente difícil e dolorida para nós, brasileiros. Como podemos viver com tamanha desigualdade no nosso país, especialmente diante da falta de representatividade da população negra nos cargos de chefia e comando? Temos que refletir sobre essas questões e pensar o que cada um de nós pode fazer dentro de nossa área de atribuição para mudar essa realidade. Essas desigualdades precisam ser superadas, não apenas com iniciativas provocadas pelo Ministério Público do Trabalho, mas com políticas públicas voltadas à capacitação, escolarização e à profissionalização dessas pessoas”, observou a procuradora.

Após a cerimônia de formatura dos alunos certificados pelo Treinamento LINCE, o teotrólogo e roteirista Vado apresentou a peça teatral “O Navio Negreiro”, que faz um resgate histórico sobre a escravidão e a vinda do povo africano ao Brasil, com reflexões acerca da importância do papel da mulher negra e do homem negro na sociedade atual.

ESG - Na parte da tarde, o professor Hélio Santos, doutor em administração pela FEA-USP e presidente do Conselho Deliberativo da Oxfam Brasil, realizou a palestra “Os desafios do ESG no Brasil”, abordando a governança ambiental, social e corporativa das empresas. O evento foi transmitido ao vivo no canal do TVMPT no YouTube.

Para Hélio, “o recurso mais valioso para uma organização são os seus colaboradores”, referindo-se à necessidade de diversificar o quadro de pessoas em uma empresa com base em ações espontâneas de inclusão. A gestão da diversidade no local de trabalho é um dos conceitos da ESG em todo o mundo. ”Os fundos de ação estão cada vez mais focados nas organizações que investem no ESG, que é na verdade uma filosofia empresarial. Ela registrou o seu ponto mais alto nos últimos anos, sendo que as startups, que operam com soluções dessa prática, têm sido as que mais recebem financiamento. Implantar o ESG depende de uma solução estratégica. A empresa precisa decidir qual impacto ela pretende alcançar no mundo como um todo, não apenas no que diz respeito aos seus produtos e lucros”, explicou o professor.

Segundo o palestrante, para as organizações privadas, a ESG é vinculada com a expressão “regeneração dos negócios”. “Eu gosto dela, porque regenerar é curar”, disse Hélio.

Para viabilizar as práticas de ESG, que incluem priorizar a contratação e progressão de carreira de pessoas negras, mulheres, pessoas com deficiência, pessoas com mais de 45 anos, dentre outros públicos, é necessário fugir dos “erros fatais para uma organização”, que passam por nomear um líder para uma função estratégica para o qual o nomeado não tem perfil e não prestar atenção nas mudanças sociais.

“Diversidade é um tema sempre necessário. Mas não há nada mais desigual do que tratar todos igualmente. Os juristas chamam isso de isonomia. O erro se dá quando se aplica o princípio da isonomia de forma cega, porque a desigualdade impacta os grupos de forma diferenciada. É a partir de um tratamento diferenciado que você consegue alguma igualdade. Equidade, portanto, é a materialização da igualdade mediante um tratamento diferenciado. Para isso, em momento algum é necessário abrir mão da capacidade, do conhecimento e do talento. Diversidade nunca foi “política de coitadinho”, e nem é benemerência”, finalizou Hélio, apontando que o mundo empresarial precisa ter uma “postura disruptiva” do ponto de vista da inclusão de pessoas negras nos ambientes corporativos, inclusive em cargos de liderança, para que o país atinja altas taxas de crescimento, produtividade e que possa repartir os ganhos econômicos, potencializando o “extraordinário mercado interno que há nosso país”.

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