MPT participa de ciclo de palestras sobre violência contra a mulher no TRT-2
Procuradora de Presidente Prudente falou sobre projeto de inclusão de mulheres vítimas de violência no mercado de trabalho
São Paulo (SP) - O Ministério Público do Trabalho (MPT) na 15ª Região participou nessa segunda-feira (26/06) do ciclo de palestras “Transformar o olhar”, realizado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) no auditório do 1º subsolo do Fórum Ruy Barbosa, em São Paulo. O evento abordou questões envolvendo acolhimento, inclusão, prevenção e medidas de segurança para mulheres em situação vulnerável e vítimas de violência.
A procuradora Vanessa Martini, do MPT em Presidente Prudente, falou sobre a superação da situação de violência e da experiência do programa “Pelo fim da violência contra a mulher”, que tem, entre outros objetivos, o de promover a inclusão de mulheres em situação de violência doméstica no trabalho por meio da contratação pelas empresas que aderirem à iniciativa. Além do MPT, são integrantes do projeto a Defensoria Pública do Estado de São Paulo, a Prefeitura de Presidente Prudente, a OAB Prudente, o Ministério Público do Estado de São Paulo, a Delegacia da Mulher, dentre outras instituições.
“Ao aderir ao programa, a empresa apoiadora poderá dispor do apoio das instituições participantes para orientar seus empregados sobre o tema, por meio de palestras, rodas de conversa, eventos e campanhas, além de receber informações relativas às políticas públicas e leis vigentes sobre o assunto”, explicou a procuradora.
Além da procuradora do MPT, outros palestrantes discorreram sobre o tema. A promotora de justiça Juliana Gentil Tocunduva trouxe dados e informações sobre as causas e consequências da violência de gênero, da violência doméstica e do feminicídio. Além de abordar as desigualdades que atingem mulheres e meninas, tornando-as mais suscetíveis à violência, apresentou linha do tempo com as conquistas femininas, os avanços da sociedade e formas de denúncia e acolhimento das vítimas.
Após o intervalo, Eliseu Soares Lopes, do Ministério da Justiça, mostrou a situação das 15.830 brasileiras do sistema prisional, também vítimas de violências e do preconceito. “Aquelas pessoas foram aviltadas em sua dignidade. E nossa constituição diz que precisamos tratar desses problemas, enfrentar a pobreza, que é um dos principais entraves e uma das chagas da construção histórica da sociedade brasileira”. Por isso, explicou ele, é necessário fazer reparações, políticas públicas e ações afirmativas com o objetivo de ressignificar o sistema de justiça e ter um olhar de diversidade. “Precisamos sair da sociedade do ódio”.
A desembargadora-presidente do TRT-2, Beatriz de Lima Pereira, encerrou o evento agradecendo a participação de todas as pessoas presentes e sinalizou o progresso alcançado no tema: “Seria impensável há 10, 20 anos, todos nós dentro de uma casa de Justiça ficarmos durante quase quatro horas discutindo sobre esse problema. Então estamos avançando muito”.
Com informações e fotos da ASCOM do TRT-2