MPT e Boldrini assinam cooperação para pesquisa em casos de doença ocupacional e contaminação

Convênio prevê o uso do centro de pesquisa construído com verba do caso Shell-Basf para investigar população de trabalhadores

 

Campinas - Na tarde da última quarta-feira (11), o Ministério Público do Trabalho e o Centro Infantil Boldrini celebraram um termo de cooperação técnico-científico para a execução de atividades de “ensino, pesquisa e desenvolvimento” voltadas para a investigação de casos de doenças ocupacionais e de contaminação no ambiente de trabalho. Para isso, o Boldrini colocará à disposição do MPT os seus serviços tecnológicos e as instalações do centro de pesquisa construído com verbas advindas do conhecido “caso Shell-Basf”.

A estrutura do centro será utilizada, quando necessário, para investigar problemas decorrentes do meio ambiente de trabalho inseguro, inclusive a sua repercussão na saúde de crianças e adolescentes. Segundo a procuradora Ana Lúcia Ribas Sacanni Casarotto, o convênio abre uma série de possibilidades para pesquisa e prevenção de doenças na região de Campinas. “A cooperação possibilitará a realização de exames que antes eram inacessíveis, devido à estrutura de ponta montada pelo Boldrini”, afirma a procuradora.  

Para cada trabalho acordado entre as partes será formalizado um termo aditivo à cooperação, descrevendo todos os objetivos da pesquisa, incluindo cronogramas, duração, infraestrutura necessária e outras particularidades. Foram signatários do acordo o procurador-chefe do MPT Campinas, Eduardo Luís Amgarten, e a presidente do Centro Infantil Boldrini, Silvia Regina Brandalise.

Construído com verba advinda do “caso Shell-Basf”, o centro de pesquisa do Boldrini foi pensado para a realização de estudo epidemiológico para investigar o impacto do meio ambiente na incidência do câncer da criança e do adolescente, além de dar suporte para outras pesquisas científicas aplicadas em câncer, permitindo desenvolver elementos para identificar as causas genéticas do crescimento descontrolado das células cancerosas, suas interações com os fatores ambientais e o desenvolvimento de novas terapias, incluindo testes clínicos.

O estudo mapeará os fatores de risco relacionados ao desenvolvimento do câncer infantil em 100 mil crianças nascidas na região de Campinas, desde o pré-natal até quando completarem 18 anos. Para isso, participarão do estudo 100 mil gestantes, atendidas pelos sistemas público e privado de saúde. Serão analisados, além dos fatores ambientais, o estilo de vida, hábitos e condições de trabalho dos pais, uso de medicamentos e drogas durante a gravidez, intercorrências durante a gestação, aumento de peso materno neste período, peso da criança ao nascimento, prematuridade, idade dos pais e outras variáveis que possam estar envolvidas com o câncer e malformações congênitas.

Clique aqui para acessar o termo de cooperação na sua integralidade.

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