• denuncias
  • peticionamento
  • protocolo
  • Mediação
  • mov procedimentos
  • autenticidade de documentos
  • lgpd
  • administracao publica
  • fraudes trabalhistas
  • liberdade sindical
  • meio ambiente
  • promocao igualdade
  • trabalho escravo
  • trabalho infantil
  • trabalho portuario

  • Banner Recesso 2024
  • Banner cadastro entidades
  • Banner canais comunicacao
  • banner-calendario
  • Banner Nupia
  • Banner telefones PRT15
  • Banner Escala de Plantao
  • Certidao Negativa

Campanha contra o trabalho infantil chega aos fiéis de Aparecida

Aparecida - “Chega de trabalho infantil. É uma tarefa de toda a sociedade civil, brasileiros e brasileiras. De nos organizarmos para erradicar o trabalho infantil desta querida pátria, desta querida terra”. As palavras de Dom José Luiz Ferreira Salles, bispo de Pesqueira (PE), atingiram como uma flecha os corações de dezenas de milhares de fiéis católicos presentes na missa de abertura da Semana da Criança, no Santuário Nacional de Aparecida, na manhã de uma ensolarada segunda-feira, 9 de outubro.

Nas tribunas que circundam o grande altar com a imagem de Nossa Senhora da Aparecida, Padroeira do Brasil, pessoas de todas as classes sociais, vindas de vários cantos do país, abriram seus ouvidos para a homilia de Dom José Luiz com a mesma fé dos pescadores que, há 300 anos, presenciaram o milagre no Rio Paraíba.

Fruto de uma parceria do Santuário Nacional com o Ministério Público do Trabalho e o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, a campanha #ChegaDeTrabalhoInfantil foi amplamente disseminada em Aparecida, com o objetivo de conscientizar as pessoas da importância de se combater e erradicar o trabalho irregular de crianças e adolescentes. Na Semana da Criança, que tem seu ápice em 12 de outubro, Dia da Criança e da Padroeira do Brasil, o Ministério Público e o Judiciário uniram forças com a Igreja Católica, importante instituição mobilizadora da sociedade e defensora dos valores sociais de proteção à pessoa humana.

“A parceria visa à sensibilização das pessoas a respeito dos males da exploração do trabalho da criança e do adolescente. A mensagem foi passada através das comunicações oficiais do Santuário, incluindo as homilias, revistas temáticas, entrevistas na Rede Aparecida de Comunicação, peças de teatro, distribuição de cataventos e o uso de camisetas da campanha por todos os funcionários do Santuário”, explica o vice-coordenador nacional da Coordinfância, Ronaldo Lira.     

Ainda na missa de abertura, durante as leituras, uma menina de 10 anos, de forma bastante empática, citou a realidade das crianças submetidas ao trabalho precoce, pedindo a união de todos para ajuda-las a sair da situação de trabalho e pobreza. Nos momentos finais da celebração, o reitor do Santuário, padre João Batista, lembrou das mais de 2 milhões de crianças e adolescentes sendo explorados pelo trabalho infantil no Brasil. Mais uma flecha foi disparada. 

E a mensagem foi apreendida. A dona de casa Marcia Aparecida da Silva, de Ibiúna, visita o Santuário todos os anos com a família. Mãe de quatro filhos, sendo uma filha adulta e dois adolescentes, ela se desloca por 246 quilômetros, cerca de quatro horas e meia de viagem, para visitar a casa da Mãe Aparecida. Por enquanto, os filhos não trabalham, porque precisam de um “período de formação” para ter melhores chances de empregabilidade e “andar com as próprias pernas”. “Criança tem que ter infância, tem que brincar e estudar. Tudo tem a sua hora”, opina. O sorriso fácil desaparece por alguns segundos quando fala das crianças que trabalham nas ruas do país. “Quando elas estão trabalhando, sempre tem um adulto por trás que as está explorando. Isso não é certo”, finaliza.

Acompanhando a mãe em Aparecida, Vera Vieira da Rocha, de São José dos Campos, também tem opinião formada sobre o trabalho infantil. Um familiar teve uma experiência de resgate de crianças em uma plantação de tomates, em Paraibuna, e pôde conhecer um pouco da realidade dos jovens que são submetidos ao labor desde cedo, inseridos num contexto de extrema pobreza. “Uma pastoral da Igreja retirou as crianças da situação de trabalho e as encaminhou para a escola. O trabalho do Santuário nessa causa é de extrema importância. A mensagem de erradicação chega com mais força vindo de uma autoridade religiosa, em todo o Brasil e também no mundo. Muitas vezes as pessoas tentam se libertar do trabalho precoce e não conseguem. Eu apoio a causa. O trabalho infantil é perda de tempo, a criança perde muitas coisas. Quando chega na vida adulta é só prejuízos”, observa.

Márcia Aparecida da Silva: "Tudo tem a sua hora".
Márcia Aparecida da Silva: "Tudo tem a sua hora".

Vera Vieira da Rocha (esq.): "O trabalho infantil é perda de tempo".
Vera Vieira da Rocha (esq.): "O trabalho infantil é perda de tempo".

E a Igreja, tem a obrigação de se envolver em questões relativas aos direitos da criança e do adolescente? Para a irmã Maria Julieta, Pequena Missionária de Maria Imaculada, a resposta é sim. Dedicada à vida consagrada há 59 anos, a religiosa de Belo Horizonte acredita na influência da Igreja na preservação dos valores sociais cristãos, o que inclui a proteção à criança. “É muito importante que a Igreja se manifeste com relação a esses temas e se abra para essas questões. É preciso levantar o que a escola está deixando de fazer, o que a família está deixando de fazer, enfim, proteger a juventude, que é o futuro do nosso país”, esclarece.

Irmã Maria Julieta: "Proteger a juventude".
Irmã Maria Julieta: "Proteger a juventude".

Camisetas – Para reforçar a mensagem aos fiéis católicos, o MPT disponibilizou camisetas da campanha #ChegaDeTrabalhoInfantil para todos os funcionários do Santuário. Em todos os lugares, desde a portaria de entrada até as repartições administrativas, passando pelas oficinas, pessoal de limpeza e balcões de atendimento, as pessoas “vestiram a causa” contra o trabalho de crianças e adolescentes.

Para o funcionário José Ricardo Batista Nogueira, responsável pela limpeza do Santuário, a parceria com o MPT e o TRT é uma oportunidade de melhorar a sociedade e mudar a cultura do “melhor trabalhar do que roubar”. “O Santuário também é um meio de comunicação, pode transmitir valores importantes à população. As crianças não nasceram para trabalhar, mas para crescer, brincar e estudar, até certa idade. Eu comecei a trabalhar com 18 anos e sou grato por isso, pois tive uma infância plena. Hoje em dia, as crianças estão amadurecendo muito rápido, elas precisam aproveitar mais a sua infância”, garante.

José Ricardo Batista: "As crianças não nasceram para trabalhar".
José Ricardo Batista: "As crianças não nasceram para trabalhar".

Programação - A Semana da Criança acontece até o dia 15 de outubro, quando será lida, na missa das 18 horas, a Carta de Aparecida pela Erradicação do Trabalho Infantil. Estão sendo distribuídos materiais informativos aos romeiros do Santuário com destaque para uma edição especial da revista Jovens de Maria, voltada à juventude. A publicação, produzida pelo Santuário Nacional em parceria com as instituições, traz informações elucidativas sobre lei da aprendizagem, combate ao trabalho infantil, assédio moral e ao trabalho escravo. Os fiéis também estão recebendo uma cartilha com 50 perguntas e respostas sobre o trabalho infantil e a edição especial da revista em quadrinhos Devotos Mirins, voltada às crianças, além de milhares de cataventos, símbolo do combate ao trabalho infantil. Uma programação especial no Espaço Devotos Mirins, no subsolo do Santuário, inclui a participação de contadores de histórias da Cia. Repara Mundo.

Jubileu das crianças – o jubileu de 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora de Aparecida, comemorado em 12 de outubro, reservou um momento especial para as crianças. Dezenas de escolas da cidade de Aparecida e região levaram os pequenos ao Santuário para uma evangelização diferente na tarde dessa terça-feira, 10 de outubro. O “jubileu das crianças” distribuiu cataventos, bexigas e leques com os dizeres da campanha contra o trabalho infantil a todos os presentes: pais, professores e alunos, cuja idade variava entre 4 e 17 anos. Os sacerdotes aproveitaram o momento para falar às crianças e adolescentes dos males causados pelo trabalho infantil.  

Para a educadora Matildes Ribeiro Gonçalves, da escola Chagas Pereira, de Aparecida, a criança “tem que ser criança”, e as divulgações da campanha colaboram para implementar definitivamente essa cultura no nosso país. “As pessoas devem pensar bastante no bem-estar de cada criança. Ela precisa ter o momento de brincar, aprender, até chegar na idade adulta. Depois ela vai pensar o que fazer”, finaliza.

 

Imprimir

  • banner pcdlegal
  • banner abnt
  • banner corrupcao
  • banner mptambiental
  • banner transparencia
  • banner radio
  • banner trabalholegal
  • Portal de Direitos Coletivos