Entidade que atende pessoas com deficiência inaugura sede construída com verba destinada pelo MPT
Araraquara - Representantes do Ministério Público do Trabalho acompanharam na manhã dessa quinta-feira (20) a inauguração da nova sede do núcleo educacional e ocupacional da Fundação Toque, construída com 95% de recursos destinados pelo MPT. No total, foram revertidos R$ 2.241.320,00 provenientes de cinco acordos feitos com empresas da região de Araraquara. Estavam presentes na cerimônia procuradores, alunos, pais, funcionários e voluntários da entidade.
A Fundação Toque, localizada no município de Araraquara, tem a missão de capacitar pessoas com deficiência para sua autonomia social, de forma a promover desenvolvimento e inclusão, inclusive no mercado de trabalho. O núcleo possui um espaço de 2.000 m², dois quais 1400 m² foram construídos com o apoio do Ministério Público.
Os projetos da instituição, cujo público-alvo consiste em pessoas com deficiência intelectual ou múltipla (intelectual e física), abrangem a aprendizagem funcional, atividades teatrais, de musicalização, pedagogia, psicopedagogia, atividades da vida diária, oficinas experimentais na área de culinária, costura e outras. “A parceria com empresas da região possibilita o encaminhamento ao mercado de trabalho dos profissionais já qualificados. Há grande absorção da mão de obra, uma vez que as empresas devem cumprir a lei de cotas”, explica Luciano Pizzone, presidente da Fundação Toque.
A entidade também oferece um núcleo especial de meio ambiente, pelo qual há a chamada inclusão produtiva. Os alunos trabalham em uma horta orgânica desde a produção da semente até o crescimento da hortaliça, e tudo é aproveitado na oficina de cozinha, onde aprendem a importância da alimentação saudável. Também no complexo foi instalado um jardim terapêutico, com lago interativo, que trabalha os cinco sentidos. “Nesse espaço é possível organizar os cinco sentidos do aluno, mesmo que ele tenha deficiência severa, trabalhando a visão subnormal, deficiência auditiva, equilíbrio, sensorialidade e a sensibilidade, tudo com base nos princípios da educação emancipadora, que traz mais independência”, afirma Pizzone.
Em termos de infraestrutura, todo o esgoto do complexo é tratado na própria entidade, por meio de biodigestores, a água é captada pela chuva e parte da eletricidade consumida nos prédios advém da tecnologia fotovoltaica, que converte a energia solar em energia elétrica. Atualmente, a Fundação atende 64 pessoas, sendo que outras 18 estão em fase de seleção. Cerca de 20 profissionais se ativam na entidade, entre pedagogos, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos, educadores sociais, etc.
“Para o Ministério Público do Trabalho é uma oportunidade única participar desse projeto. Foi emocionante ver a alegria das pessoas na cerimônia de inauguração, em que crianças, jovens e adultos atendidos, pessoas com deficiência múltipla, inclusive paralisia cerebral, cantaram o hino da Fundação”, confidencia Rafael de Araújo Gomes, procurador do MPT.
“Há 5 anos, se me dissessem que teríamos uma estrutura como essa, eu duvidaria. A destinação da verba foi fundamental para transformar o sonho em realidade”, finaliza Luciano Pizzone.