MPT participa do lançamento de pedra fundamental do Centro de Pesquisa Molecular em Prevenção de Câncer

Construção do novo departamento do Hospital de Câncer de Barretos será possível graças à destinação de R$ 70 milhões do caso Shell; também está previsto empreendimento em Campinas e quatro unidades móveis de atendimento

 

Barretos - O Ministério Público do Trabalho participou nessa quinta-feira (28) do evento de lançamento da pedra fundamental do novo “Centro de Pesquisa Molecular em Prevenção de Câncer”, do Hospital de Câncer de Barretos. A unidade será construída com verba oriunda de acordo judicial firmado entre o MPT e as multinacionais Shell e Basf, no conhecido caso de contaminação de trabalhadores no sítio das empresas em Paulínia (SP). A expectativa é de que o prédio seja inaugurado em julho de 2016.

O departamento tem como finalidade identificar biomarcadores de risco tumoral associados às diferentes exposições ocupacionais dos trabalhadores brasileiros. O Centro terá uma área de aproximadamente 2.000 m² distribuídos em três andares, com uma infraestrutura equipada com tecnologias de ponta. O piso térreo acomodará um Biotério. Já no primeiro andar terá um Biobanco, um Laboratório de Genômica do Câncer e um Laboratório de Linhagens Celulares Tumorais, que hoje, segundo representantes do hospital, representa a tríade mais sofisticada para condução de investigação em câncer.

Por fim, o segundo piso terá um auditório para mais de 50 pessoas, salas de estudo para alunos de pós-graduação e uma área administrativa. Segundo o coordenador do Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM) da instituição, Rui Reis, o projeto ocorrerá ao longo de cinco anos e vai contar com a participação de pesquisadores do hospital, parcerias com institutos de referência nacional e internacional e vai contribuir também para a formação de inúmeros pós-graduandos.

A construção do novo departamento só será possível graças à destinação de cerca de R$ 70 milhões do acordo com as empresas Shell-Basf ao Hospital de Câncer de Barretos, que contemplarão pesquisa, prevenção, tratamento e educação em oncologia. Outros R$ 26 milhões já foram destinados ao Centro Boldrini, Fiocruz, Fundacento e Federal da Bahia. Ainda há mais de R$ 100 milhões a serem destinados, numa indenização total de R$ 200 milhões.

“Viemos aqui para somar esforços na luta pela prevenção do câncer. É um legado que deixaremos para as próximas gerações”, afirmou o procurador do MPT em Campinas, Ronaldo Lira.

O projeto do Hospital de Câncer de Barretos prevê ainda a construção de uma unidade fixa em Campinas para exames preventivos, como os de mamografia e de Papanicolaou. Além disso, possibilitará a construção de quatro unidades móveis com mamógrafos, tomografia computadorizada e ressonância magnética para o auxílio no diagnóstico precoce da doença.

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