MPT destina R$ 1,3 milhão para construção de abrigo que atende crianças e adolescentes em Itapira

Casa Transitória Flávio Zacchi recebe jovens e crianças que sofrem violência; valores são oriundos de indenizações trabalhistas

Campinas - O Ministério Público do Trabalho em Campinas destinou à Casa Transitória Flávio Zacchi, da cidade de Itapira (SP), uma doação no valor de R$ 1.307.698,84 para a construção de um prédio que servirá de sede para a instituição. Os valores são oriundos de indenizações trabalhistas em três procedimentos conduzidos pelo MPT. O terreno onde será construído o edifício foi doado pela prefeitura de Itapira.

A Casa Transitória Flávio Zacchi é uma entidade sem fins lucrativos que acolhe crianças e adolescentes vítimas de maus tratos, abusos, omissões ou qualquer tipo de violência praticada por parte dos pais ou responsáveis. Atualmente, a instituição atende em prédio alugado. A nova sede, cujo projeto arquitetônico já foi aprovado pela prefeitura, terá capacidade física para abrigar 20 crianças e/ou adolescentes, além de uma estrutura administrativa. Ao todo, a casa possui 26 funcionários, incluindo profissionais para atendimento socioeducativo, como educadores, assistente social, psicóloga, entre outros.

Segundo a procuradora responsável pela destinação, Carolina De Prá Camporez Buarque, a iniciativa trará relevantes benefícios sociais, uma vez que atende a uma parcela desassistida da população. “A destinação dos recursos promove o fortalecimento institucional, a capacitação e o incentivo à organização da sociedade civil para a cooperação com o poder público”, afirma.

Para a presidente da Casa Transitória Flavio Zacchi, Vanderléia de Campos Moraes, o aporte financeiro é a realização de um sonho. “Sem esse recurso seria muito difícil, e demorado, conseguirmos uma sede própria. Hoje pagamos dois aluguéis para manter a casa. Eu fico muito emocionada, tendo em vista a grande e constante luta para manter uma entidade, uma vez que sempre dependemos de doações. O abrigo é o lar dessas crianças”, explica.

Os recursos são provenientes de três procedimentos: uma condenação judicial em face de uma empresa pública por discriminação a pessoa com deficiência aprovada em concurso público; um acordo judicial firmado com empresa de segurança patrimonial por questões relativas à jornada de trabalho; e um acordo extrajudicial firmado com um frigorifico, também por descumprimento de jornada de trabalho legal.

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