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Inaugurado primeiro barco-hospital no país para atendimento de média complexidade

Viabilizado pelo MPT e TRT-15, a embarcação já atendeu 779 pessoas só na primeira semana em comunidades carentes do Pará

Belém - "Todo trabalho só se completa quando gera impacto na vida das pessoas", essas palavras marcaram o discurso emocionado do procurador-geral do Ministério Público do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury, durante a cerimônia de inauguração oficial do barco-hospital Papa Francisco no sábado, 17 de agosto, em Belém. No início da tarde, ele visitou a embarcação, que foi viabilizada pelo MPT e pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região por meio de valores decorrentes de acordo celebrado entre o Ministério Público do Trabalho (MPT) e as empresas Raízen Combustíveis S/A (Shell) e Basf S/A.

 O barco-hospital é o primeiro do país com capacidade para realizar procedimentos de média complexidade. “Outros assim denominados, na verdade, funcionam apenas como um posto médico, não sendo possível caracterizar como hospital”, explica Frei Francisco Belotti, idealizador do projeto, que teve início a partir de pedido do próprio Papa Francisco, para que Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus estivesse presente na Amazônia.

Somente na primeira semana, o projeto já atendeu 779 pessoas, com consultas odontológicas e médicas, além de pequenas cirurgias, entre elas um caso de apendicite que poderia ter sido fatal, não fosse o rápido diagnóstico e atendimento. O barco hospital atenderá a população ribeirinha que vive entre as cidades de Óbidos (sede do barco-hospital) e Juriti, ambas no Pará. Após a inauguração oficial, a embarcação passou o domingo inteiro (18) atendendo a comunidade Porto Palmeiraço, na periferia de Belém.

Os registros dos primeiros atendimentos foram apresentados em vídeo produzido pela fraternidade durante a cerimônia de inauguração oficial.

Inauguração - A cerimônia teve início a leitura da mensagem assinada pelo Papa Francisco, feita pelo arcebispo metropolitano de Belém, Dom Alberto. Em seu discurso, o procurador-geral do Trabalho descreveu que, ao ver o barco-hospital concretizado, teve uma das melhores sensações da sua vida profissional, e comparou ao que sentiu quando teve o privilégio de estar pessoalmente com o Papa Francisco. “Eu nunca saí da presença de alguém me sentindo tão bem e tão feliz”, conta.

Fleury citou ainda uma fala do Papa Francisco que diz que nunca devemos nos cansar de trabalhar para que prevaleça a dignidade e a justiça. “Não podemos nos cansar, jamais. Sempre que ouvir alguém falar que a Justiça do Trabalho e o MPT atrapalham o país, ou questionar porque existe o MPT, lembrem-se do barco-hospital Papa Francisco. Existimos para devolver à sociedade aquilo que lhe tiram diariamente com as violações trabalhistas: a dignidade", ressaltou ele.

"Por onde esse barco passar, vai distribuir saúde, alimento, medicamento e amor. Isso prova que se cada um de nós fizer um pouco, às vezes somente com nosso tempo, a gente consegue mudar a vida das pessoas", acrescentou o procurador do MPT em Campinas Ronaldo Lira, um dos responsáveis pelas destinações do caso Shell-Basf.

Em sua fala, o presidente nato da fraternidade, Frei Francisco, agradeceu a união de esforços dos envolvidos, e destacou: “cruzamos caminhos com pessoas que possuem a mesma convergência de esforços. Como o rio Amazonas tem seus afluentes, o barco-hospital Papa Francisco é fruto da dedicação e do trabalho de várias pessoas, que começaram fazendo o necessário, depois o possível, e tornaram realidade o que era impossível”, finalizou, citando São Francisco de Assis.

Também tomado pela emoção, o procurador Ronaldo Lira relembrou a trajetória de todo esse trabalho em equipe que começou a partir de uma tragédia.

Da tragédia à reparação - O caso aconteceu na década de 70, quando mais de 60 trabalhadores morreram e toda uma comunidade em Paulínia (SP) foi afetada pela contaminação por agrotóxicos, provocada pela fábrica da Shell. "A tragédia levou a vida e a saúde de dezenas de trabalhadores e destruiu famílias. E nossa missão hoje é reconstruir a vida de outras famílias que nem conhecemos, e de prestarmos contas às famílias das vítimas e à sociedade, dessa reparação”, contou.

Conforme explica, esse é o oitavo e um dos últimos projetos sociais viabilizado por meio dos recursos decorrentes do acordo, que já destinou valores para hospitais de câncer, centros de diagnóstico, carretas de prevenção e de educação, entre outros, no país. Para 2020, está prevista a inauguração de um hospital de cabeça e pescoço em Campinas, também com verbas desse acordo.

Para Lira, esse projeto é especial, porque tem representado a união de todas as pessoas. “Vejam o que o amor ao próximo pode fazer: unir tanta gente em prol de pessoas que nós não conhecemos, mas que precisam de nós. É fundamental que nós tenhamos esse sentimento de amor ao próximo para fazer um trabalho de qualidade, seja no serviço público ou privado", concluiu.

“Ver esse barco pronto, acompanhando-o desde a ideia, desde a primeira visita do frei, foi gratificante demais. Um dos momentos mais emocionantes da minha vida”, confessou o chefe da Assessoria Jurídica do MPT em Campinas Wagner Konrad Amstalden, que auxiliou o procurador Ronaldo Lira nas destinações do caso e fez questão de participar da inauguração.

Na inauguração do barco-hospital, todos os participantes da mesa-diretiva também elogiaram a sentença da então juíza do Trabalho e hoje desembargadora do TRT da 15ª Região Maria Inês Correa de Cerqueira Cesar Targa, presente na cerimônia e também muito emocionada. Foi ela que condenou a empresa após comprovação das irregularidades no processo movido pelo MPT em Campinas.

Em nome daquele Tribunal Regional do Trabalho, falou a presidente Gisela Rodrigues Magalhães que também enfatizou a atuação e a coragem da colega, primordial para a realização deste projeto. E acrescentou: “mas a melhor de toda a justiça não é pegar a caneta e dar uma sentença condenatória, é empregar valores como esses para que se faça o bem”, disse.

A cerimônia terminou com o descerramento da placa que será afixada no barco-hospital. Ao final, todos seguiram para a embarcação, na Estação das Docas da capital paraense, onde o arcebispo Dom Alberto chegou com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, que foi colocada na capelinha do barco-hospital, logo após sua benção.

Também estiveram presentes na solenidade: a procuradora-chefe do MPT na 8ª Região, Cíntia Nazaré Pantoja Leão, o chefe de gabinete da Procuradoria-Geral do Trabalho, procurador Rafael Dias Marques e, representando o programa trabalho seguro do TST, a Desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região, Dra. Márcia Bessa, assim como outros procuradores e juízes do Trabalho da 15ª região e outras unidades regionais, além das demais autoridades locais.

 

Com informações da Assessoria de Comunicação da Procuradoria-Geral do Trabalho

Fotos: Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus 

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